Impacto Corporativo: Um Novo Caminho da Diversidade e Inclusão


Impacto Corporativo: Um Novo Caminho da Diversidade e Inclusão

Leticia Dolenga

Leticia Dolenga – Apaixonada por pessoas, comportamento humano e estratégia. Administradora, Business Psychologist e GCologist, conecta talentos e organizações para transformar potencial em impacto estratégico e resultados sustentáveis.

Imagine uma organização onde cada voz é ouvida, cada talento é valorizado e cada perspectiva é incorporada nas decisões estratégicas. Empresas como o Facebook já perceberam essa necessidade urgente, mas o verdadeiro desafio está em transformar essa visão em realidade em todos os níveis da corporação.

No topo, encontramos paixão e compromisso profundos com a diversidade e a inclusão. No entanto, é crucial que essa energia positiva permeie todos os níveis organizacionais para que possamos efetivamente transformar nossa cultura corporativa e alcançar um impacto duradouro.

Na base, somos bastante vocais sobre essas questões. No entanto, no meio, no calor da batalha, nossos líderes muitas vezes se apoiam em modelos inadequados que não atendem às necessidades dos negócios do futuro e da inclusão de uma verdadeira diversidade de talentos e potencial de contribuição. Precisamos de modelos que deem autonomia aos líderes e se alinhem com uma visão de futuro dinâmica e inovadora.

Há muitos líderes que, inevitavelmente, podem tentar manipular o sistema para benefício próprio. No entanto, também há aqueles que desejam sinceramente promover iniciativas de diversidade e apoiar pessoas menos favorecidas, mas encontram barreiras. A inclusão de métricas claras e objetivos tangíveis pode ajudar a superar essas dificuldades.

A diversidade e a inclusão são temas centrais no ambiente corporativo moderno. No entanto, muitas organizações ainda lutam para implementar práticas eficazes que realmente valorizem a contribuição de todos os colaboradores. Em vez de focar em um líder ou uma figura central, é necessário ir além e examinar as dinâmicas que podem ajudar a mapear e maximizar a contribuição no local de trabalho.

Tradicionalmente, nossas estruturas conceituais são unidimensionais. Elas promovem uma visão idealizada de um “líder perfeito” e de um colaborador exemplar, mas não fornecem a flexibilidade necessária para reconhecer e valorizar diferentes abordagens de liderança e apoio. Comumente, espera-se que os líderes sejam ágeis na comunicação, brilhantes e carismáticos. Essas exigências muitas vezes colocam as pessoas em caixas. As organizações têm se apropriado de linguagens e metodologias rígidas para avaliar e desenvolver seus líderes, frequentemente encapsulando e rotulando as pessoas de forma superficial e unidimensional.

Líder eu sou.
Tenho todos os atributos necessários e um potencial gigante.
Só não descobri ainda para quê!

Muitas vezes confundimos promoção com desempenho, utilizando esta como nossa única métrica de sucesso. Por exemplo, aquele colaborador que traz resultados fantásticos para a organização e tem números espetaculares é promovido e recebe um bônus salarial como reconhecimento de seu desempenho. No entanto, se mantivermos uma visão unidimensional de liderança, acabamos impondo um padrão específico de aparência, desempenho e comportamento que todos devem seguir, o que não serve aos propósitos de um ambiente de negócios moderno e dinâmico.

Para superar essas limitações, precisamos identificar, avaliar e desenvolver a diversidade de contribuições dentro das corporações, independentemente de idade, gênero, raça ou nível hierárquico. É hora de criar uma cultura de impacto que promova uma abordagem proativa para criar valor significativo, reconhecendo que todos podem contribuir, mesmo que nem todos sejam agentes de mudança.

Todos nós temos uma tendência natural em causar impacto de determinadas maneiras. A ciência identifica três principais formas de contribuir: através de tarefas, realizando e concluindo atividades; através de ideias, desenvolvendo conceitos e inovações; e através de pessoas, construindo e fortalecendo relacionamentos.

Um mapeamento inclusivo deve valorizar as contribuições de todos, focando no que realmente é feito e em como cada indivíduo pode impactar naturalmente. Esse modelo não só reconhece a diversidade de formas de contribuição, mas também promove um ambiente onde todos se sentem valorizados e pertencentes.

Há um tempo atrás, nos deparamos com uma empresa de construção de 2 bilhões que inicialmente via a única mulher no conselho apenas como uma presença simbólica. Com o uso de um mapeamento de diversidade de impacto, a organização pôde reconhecer e valorizar sua contribuição estratégica. Por exemplo, ela trouxe uma nova perspectiva ao explorar mercados emergentes, resultando em um aumento de 15% na receita anual. Este reconhecimento transformou sua presença em uma vantagem significativa para o negócio, e não apenas uma figuração nos números de diversidade.

Além disso, empresas como a Google têm implementado programas de diversidade e inclusão que resultaram em inovações significativas. O Google’s Project Aristotle, por exemplo, identificou que equipes diversas e inclusivas têm um desempenho significativamente melhor. Esses exemplos mostram como a aplicação prática de princípios de diversidade pode gerar resultados tangíveis.

Para realmente prosperar no futuro, precisamos adotar uma abordagem holística e inclusiva que reconheça a diversidade de contribuições em todos os níveis organizacionais. Ao implementar modelos flexíveis e adaptáveis, garantimos que todos os colaboradores se sintam valorizados e motivados a contribuir para um ambiente de negócios mais equitativo e inovador. É hora de transformar nossa visão de liderança e influência, promovendo um futuro corporativo que celebre e potencialize a diversidade em todas as suas formas.

Vamos agir agora para criar um amanhã mais justo e produtivo para todos. Aqui estão alguns passos concretos que as empresas podem seguir:

1. Implementar Programas de Mentoria Inclusiva: Promover o desenvolvimento de talentos diversos através de mentorias que valorizem diferentes perspectivas.

2. Estabelecer Métricas de Diversidade e Inclusão: Definir e monitorar métricas claras para medir o progresso em diversidade e inclusão.

3. Fomentar um Ambiente de Aprendizado Contínuo: Oferecer treinamentos regulares sobre a importância da diversidade e como cada colaborador pode contribuir para um ambiente inclusivo.

4. Promover a Flexibilidade nas Estruturas de Liderança: Permitir que diferentes estilos de liderança sejam reconhecidos e valorizados, quebrando os moldes tradicionais.

Ao seguir esses passos, as empresas podem construir um ambiente mais inclusivo, diverso e inovador, garantindo um futuro corporativo sustentável e equitativo. Vamos juntos transformar nossas organizações e promover uma cultura onde todos se sintam valorizados e tenham a oportunidade de prosperar.


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